Verônica Oliveira, 40 anos, mantinha casa de acolhimento para transexuais na cidade
Uma das líderes do movimento LGBT+ de Santa Maria, a transexual Verônica Oliveira, 40 anos, morreu na manhã desta quinta-feira (12) no Hospital Universitário da cidade. Verônica não resistiu após ter sido esfaqueada no tórax, durante a madrugada.
Conforme a ocorrência registrada na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), o crime aconteceu por volta das 3h, na esquina das avenidas Presidente Vargas e Borges de Medeiros.
Segundo o boletim de ocorrência, colegas de Verônica que estavam no local afirmaram que um homem chegou de carro e ofereceu R$ 50 para que todas fizessem programa com ele. Após a recusa, o homem teria chamado apenas Verônica, que estava entre o grupo, e, quando ela se aproximou do veículo, desferiu as facadas.
O criminoso fugiu e ainda não foi localizado. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado e encaminhou a vítima ao hospital, mas ela morreu no começo da manhã.
De acordo com o delegado titular da Delegacia de Homicídios, Gabriel Zanella, “por ora, o suspeito não foi identificado, mas a equipe está mobilizada na investigação“. Testemunhas estão sendo ouvidas. No dia 7 de setembro, outra transexual havia sido assassinada a tiros no mesmo local.
Verônica era uma das líderes do movimento LGBT+ na região e foi madrinha da Parada da Diversidade, que ocorreu no início do mês no município. Ela também mantinha uma casa, o Alojamento da Veronica, no Bairro Urlândia, que há 13 anos acolhe transexuais de outros municípios. Atualmente, 10 pessoas residem na casa.
Verônica não resistiu aos ferimentos de uma facada no abdômenGermano Rorato / Agencia RBS
Conforme a advogada Marina Callegaro, que acompanha o caso a pedido das moradoras da casa, o clima é de grande tristeza no local.
— Elas estão muito consternadas, porque a Verônica era uma mãe para elas. Inclusive, ela era conhecida como Mãe Loira. Ela acolhia essas meninas no alojamento, vindas de todos os lugares do país. É um momento de muita tristeza para todos e para a sociedade também, porque ela era uma grande líder do movimento LGBT+ não só em Santa Maria, mas em todo o Estado — relata a advogada.
Ainda não há confirmação de horários e locais de velório e sepultamento.
Fonte: GauchaZH – NAION CURCINO